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No dia 5 de Abril de 1976, um adolescente branco golpeou com um mastro que carregava a bandeira dos Estados Unidos (américa meu ovo) um homem negro in Boston. Com 17 anos, Joseph Rakes, estava em um protesto contra a dessegregação dos ônibus a tentativa da cidade de acelerar a dessegregação das escolas. O homem que ficou sangrando do outro lado do mastro era o advogado de 29 anos e ativista de direitos civis Ted Landsmark.
No dia 5 de Abril de 1976, um adolescente branco golpeou usando um mastro que carregava a bandeira dos Estados Unidos (américa meu ovo) um homem negro in Boston. Com 17 anos, Joseph Rakes, estava em um protesto contra a dessegregação dos ônibus a tentativa da cidade de acelerar a dessegregação das escolas. O homem que ficou sangrando do outro lado do mastro era o advogado de 29 anos e ativista de direitos civis Ted Landsmark.
Landsmak se encontrou na azarada posição de ser um homem negro entre um racista e o país que o racista ama; o país o qual o racista se auto intitulou protetor. Rakes usou o peso dos Estados Unidos (américa meu ovo) inteiro para dar o golpe que acertou o corpo daquele homem negro a fim de colocar de joelhos os direitos negros, livrar sua cidade da resistência negra e manter a supremacia branca.
Landsmak se encontrou na azarada posição de ser um homem negro entre um racista e o país que o racista ama; o país o qual o racista se auto intitulou protetor. Rakes usou o peso dos Estados Unidos (américa meu ovo) inteiro para dar o golpe que acertou o corpo daquele homem negro a fim de colocar os direitos negros de joelhos, livrar sua cidade da resistência negra e manter a supremacia branca.
Liberais correm para excluir da sua lista de patriotas os incontáveis homens como Rakes que conseguiram abraçar o amor pelo seu país e violência anti-preta ao mesmo tempo. Racistas não são patriotas, assim diz a história. Se Rakes pensou que seu amor pelo país e ódio de raça fossem compatíveis, ele estava enganado. “Patriotismo de verdade”, argumentam, precisa de amor por estadunidense (americanes meu ovo); todes estadunidense (americanes meu ovo).
@ -24,11 +24,11 @@ Sem exceção, debaixo de todo ato de violência de extrema-direita, você ira d
A pessoa quando é uma boa patriota nega as outras má patriotas. Todo ataque nacionalista-racista é fora do comum para sua nação, dizem. É “antiestadunidense (americano é meu ovo)”. É antiestadunidense (americano é meu ovo) mesmo quando a bandeira dos Estados Unidos (américa é meu ovo) é usada como arma.
Quando confrontades com a violência do patriotismo ruim, liberais subitamente adotam o argumento de ativistas a favor de armas: patriotismo não matam pessoas; armas matam pessoas. Todo ataque é feito por pessoas equivocadas, racistas que perverteram o verdadeiro patriotismo com seus vieses e preconceitos.
Quando confrontades com a violência do patriotismo ruim, liberais subitamente adotam o argumento de ativistas a favor de armas: patriotismo não mata pessoas; armas matam pessoas. Todo ataque é feito por pessoas equivocadas, racistas que perverteram o verdadeiro patriotismo com seus vieses e preconceitos.
Mas pergunte por que um ser humano deve ser jugado não pelo conteúdo de seu caráter mas sim pelas coordenadas de seu nascimento. Pergunte por que o posicionamento de alguém de um lado de uma fronteira arbitraria deveria ser o único fator decididor se ela deve ser amada e agraciada de privilégios ou mantida a distância.
Pergunte e elus ficaram em silêncio. Ou então resmungarão baixinho que “é assim que as coisas são” mas com menos convicção do que quem argumenta que gente preta deve ser mantida escravizada por que é assim que Deus quis. Patriotismo exige que a pessoa patriota suspenda o reconhecimento da igualdade das pessoas que não são cidadãs e que considerem sua presença suspeita ou então digna de raiva. É um culto a exclusão.
Pergunte e elus ficaram em silêncio ou então resmungarão baixinho que “é assim que as coisas são” mas com menos convicção do que quem argumenta que gente preta deve ser mantida escravizada por que é assim que Deus quis. Patriotismo exige que a pessoa patriota suspenda o reconhecimento da igualdade das pessoas que não são cidadãs e que considerem sua presença suspeita ou então digna de raiva. É um culto a exclusão.
No nosso atual momento de empolgamento imperialista o patriotismo não está acima de defender assassinato. Jornalistas estadunidense (americano é meu ovo), politiques e candidates a presidência tiram a poeira de suas [invenções](https://theintercept.com/2020/01/09/republican-reporters-want-democrats-stop-saying-qassim-suleimani-assassinated/) de retórica chauvinista: “sangue estadunidense (americano é meu ovo)”. Ao mesmo tempo que declaram que Qassem Soleimani tinha “sangue estadunidense (americano é meu ovo) nas mãos” a fim de atenuar o desconforto com assassinato cometido a céu aberto.
@ -36,13 +36,13 @@ Sangue humano é nacionalizado quando pessoas estrangeiras são marcadas para a
O argumento contrario que o patriotismo as vezes pode alcançar algum bem social não tem mais firmeza do que o argumento que a supremacia branca incentiva homens brancos a serem bons pais. O patriotismo decide que tipo de pessoas merecem ser tratadas bem e quais devem ter seus direitos negados se baseando em nada mais além de quem elas são. O argumento de que há patriotismos bons e que esses não devem ser confundidos e jogados fora com os maus não é persuasivo também.
Todo bem que o patriotismo inspira é, no mínimo, discriminatório. É descriminatório por definição e isso incluí todos os patriotismos, inclusive aqueles que acreditam que sejam anti-imperialista. É difícil imaginar qualquer pais sem uma população que não esteja tentando escapar do alcance controlador do Estado. Que nacionalismo árabe anticolonial inspirado por Nasser não chamou pessoas Iraquianas, Libanesas, Marroquinas e Palestinas que são negras de "hayawan" (brutas).
Todo bem que o patriotismo inspira é, no mínimo, discriminatório. É descriminatório por definição e isso incluí todos os patriotismos. Inclusive aqueles que acreditam que sejam anti-imperialista. É difícil imaginar qualquer pais sem uma população que não esteja tentando escapar do alcance controlador do Estado. Que nacionalismo árabe anticolonial inspirado por Nasser não chamou pessoas Iraquianas, Libanesas, Marroquinas e Palestinas que são negras de "hayawan" (brutas).
Ted Landsmar não foi a primeira pessoa preta a ser atravessada de maneira violenta por um país. Ele não foi o primeiro a ser coberto de sangue por um homem que pensou que o sangramento de uma pessoa não branca era equivalente a defender a nação. Eu não sou o único turista negro que virou uma esquina em uma vizinhança coberta de bandeiras e soube imediatamente que não estava seguro.
Eu sei de [Marinheiros Coloniais](https://harpers.org/archive/2014/09/washington-is-burning/3/), homens negros libertos ou fugidos que queimaram Washington até o chão numa visão que incomodou um patriota de tanto que ele escreveu as palavras que um dia virariam o hino dos Estados Unidos (sinceramente foda-se o hino dos estados unidos) no verso que é muitas vezes “esquecido” mas que é uma ameaça racial, um crime de ódio. Eu sei que a bandeira que golpeou Ted Landsmak ainda exige das pessoas negras que tirem os seus chapéus e que demonstrem deferência.
Se não, ela afasta adolescentes negres das escolas e atletas estrela do campo. Não, eu não sou patriota. Eu sou um das centenas de milhões de pessoas negras que são [vitimas](http://freedomarchives.org/Documents/Finder/DOC513_scans/Malcolm_X/513.Malcolm.X.Selected.Quotes.pdf) do patriotismo. Nenhum apelo a documentos fundadores racialmente neutros ou à ideias, sem reivindicações de revisionismo de papéis sindicais "imperfeitos mas se aperfeiçoando" sobre o fato de Thomas Jefferson ter tido uma pessoa escravizada. Enquanto pessoas escravizadas pelos pais fundadores são notas de rodapé na recontagem supremacista branca e patriótica da história, elas são a história inteira na minha.
Se não, ela afasta adolescentes negres das escolas e atletas estrela do campo. Não, eu não sou patriota. Eu sou um das centenas de milhões de pessoas negras que são [vitimas](http://freedomarchives.org/Documents/Finder/DOC513_scans/Malcolm_X/513.Malcolm.X.Selected.Quotes.pdf) do patriotismo. Nenhum apelo a documentos fundadores racialmente neutros ou à ideias, sem reivindicações de revisionismo de papéis sindicais "imperfeitos mas se aperfeiçoando" sobre o fato de Thomas Jefferson ter escravizado uma pessoa. Enquanto pessoas escravizadas pelos pais fundadores são notas de rodapé na recontagem supremacista branca e patriótica da história, elas são a história inteira na minha.
Patriotismo [é](https://www.panarchy.org/tolstoy/1894.eng.html) racista.