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Recomendações adubação macieira
Adenor Vicente Wendling
06/08/2021
Este documento tem como finalizade buscar uma recomendação adequada para a implantação e desenvolvimento da cultura da macieira na propriedade de IFPR, em Palmas. As características do solo e resultados da são:
Antes da recomendação, entretanto, será feita uma busca em literatura especializada, especialmente com uso de adubações orgânicas.
Revisão
Artigo de (MIELE; RIZZON, 2017) analisou o uso de super fosfato triplo, e concluiu que, se houve uma adubação de correção adequada na implantação, não há aumento de produtividade com a aplicação de fosfato durante os primeiros 10 anos de produção. (SOUZA et al., 2013) estudaram uso de N e K²O com diversas dosagens na qualidade dos frutos mas as evidencias cosntatadas não me convenceram do seu benefício.
No Manual de adubação e calagem para o estado do Paraná (CQFS-PR, 2017) não há recomendação específica para a cultura da macieira. Por isso, a base para a recomendação será o Manual de Adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (???). Neste manual diz: “Os fertilizantes fosfatado e potássico indicados na adubação de pré-plantio devem ser aplicados a lanço na área total e incorporados na camada de zero a 20 cm de profundidade”, pg 249.
Para teores de fósforo de Baixo, que é o caso da análise em questão, a recomendação é de 100 kg de P2O5 por ha. Para teores de potássio alto, que é o caso desta análise, recomenda-se 25kg de potássio (K2O) por ha (tabela 1).
É necessário anotar ainda que, na edição online da embrapa (GILBERTO NAVA et al., 2003) ainda constam as recomendações do manual de 1994, com dosagens muito superiores ao atual (2004).
Na tabela abaixo constam as primeiras linhas da tabela de dados importada.
head(limpo)
## # A tibble: 6 x 16
## Amostra `Argila%` pH P.mg K.mg Ca.cmol Mg.cmol Al.cmol Na.cmol
## <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl>
## 1 10 0.5 6.11 5.22 56.4 3.76 4.25 0 41.6
## 2 11 0.5 4.3 1.58 88.8 0.148 1.68 3.15 33.6
## 3 13 0.5 5.61 6.74 174 2.03 0.827 0 46.4
## 4 14 0.5 5.24 3.10 159. 3.64 2.69 1.76 28.8
## 5 15 0.5 6.2 2.94 228. 1.68 0.855 0 48
## 6 16 0.5 6.03 133. 1067. 7.67 4.41 0 571.
## # … with 7 more variables: MO.porcent <dbl>, H_Al.cmol <dbl>, K.cmol <dbl>,
## # CTC.pH7 <dbl>, CTC.efet <dbl>, V <dbl>, m <dbl>
Selecionar linhaa (amostra) de interesse
Foi definida a amostra abaixo para a análise.
AmostraDefinida
## # A tibble: 1 x 16
## Amostra `Argila%` pH P.mg K.mg Ca.cmol Mg.cmol Al.cmol Na.cmol MO.porcent
## <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl>
## 1 41 0.5 3.87 1.73 113. 1.73 3.78 10.1 29.6 7.6
## # … with 6 more variables: H_Al.cmol <dbl>, K.cmol <dbl>, CTC.pH7 <dbl>,
## # CTC.efet <dbl>, V <dbl>, m <dbl>
Interpretação da Análise
pH
if (AmostraDefinida$pH < 4.0 ){
cat ("O pH é muito baixo")
}else if (AmostraDefinida$pH > 4.0 & AmostraDefinida$pH < 4.4){
cat ("O pH é baixo")
}else if(AmostraDefinida$pH > 4.4 & AmostraDefinida$pH < 4.9){
cat ("O pH é médio")
}else if(AmostraDefinida$pH > 5.0 & AmostraDefinida$pH < 5.5 ){
cat ("O pH é alto")
}else{
cat("O pH está muito alto")
}
## O pH é muito baixo
Fósforo
Interpretação para o fósforo disponível no solo (extraído por Melich - 1) para o estado do Paraná
library(formattable)
Interp.P <- data.frame(
Classe.P = c("Muito baixo",
"Baixo",
"Médio",
"Alto",
"Muito alto", "condição a evitar") ,
"Argila<250" = c(6,12,18,24,120,120),
"Argila250-400" = c(4,8,12,18,90,90),
"Argila>400" = c(3,6,9,12,60,30),
"Olerícolas"=c(2,20,50,100,300,300),
"Florestais"=c(2,3,5,7,28,28),
"Pastagem.Perene.Extensiva"=c(2,3,4,10,40,40))
Interp.P
## Classe.P Argila.250 Argila250.400 Argila.400 Olerícolas Florestais
## 1 Muito baixo 6 4 3 2 2
## 2 Baixo 12 8 6 20 3
## 3 Médio 18 12 9 50 5
## 4 Alto 24 18 12 100 7
## 5 Muito alto 120 90 60 300 28
## 6 condição a evitar 120 90 30 300 28
## Pastagem.Perene.Extensiva
## 1 2
## 2 3
## 3 4
## 4 10
## 5 40
## 6 40
CLASSE p
C_P="indefinido"
if (AmostraDefinida$`Argila%` < 250){
if(AmostraDefinida$P.mg < Interp.P[1,2]){
C_P=(Interp.P[1,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[1,2] & AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[2,2]){
C_P=(Interp.P[2,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[2,2] & AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[3,2]){
C_P=(Interp.P[3,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[3,2] & AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[4,2]){
C_P=(Interp.P[4,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[4,2] & AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[5,2]){
C_P= (Interp.P[5,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[6,2]) {
C_P= (Interp.P[6,1])
}else (AmostraDefinida$`Argila%` > 250 & AmostraDefinida$`Argila%` <=400 ){
if(AmostraDefinida$P.mg < Interp.P[1,3]){
C_P=(Interp.P[1,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[1,3] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[2,3]){
C_P= (Interp.P[2,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[2,3] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[3,3]){
C_P= (Interp.P[3,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[3,3] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[4,3]){
C_P= (Interp.P[4,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[4,3] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[5,3]){
C_P= (Interp.P[5,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[6,3]) {
C_P= (Interp.P[6,1])
}else (AmostraDefinida$`Argila%` > 400 ){
if(AmostraDefinida$P.mg < Interp.P[1,4]){
C_P=(Interp.P[1,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[1,4] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[2,4]){
C_P= (Interp.P[2,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[2,4] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[3,4]){
C_P= (Interp.P[3,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[3,4] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[4,4]){
C_P= (Interp.P[4,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[4,4] &AmostraDefinida$P.mg <Interp.P[5,4]){
C_P= (Interp.P[5,1])
}else (AmostraDefinida$P.mg >Interp.P[6,4]) {
C_P= (Interp.P[6,1])
}else{
C_P=("Aconteceu algum erro no código")
}}}}
C_P
Potássio
Interp.K <- data.frame(
Classe.K = c("Muito baixo",
"Baixo",
"Médio",
"Alto",
"Muito alto",
"condição a evitar") ,
"K.trocavel(cmol)" = c(0.06,0.12,0.21,0.45,0.45,0),
"%.K.trocávelCTCpH7"=c(0.5,1,2,3,10,10),
"Olerícolas"=c(0.15,.30,.45,1.2,1.2,0))
Interp.K
## Classe.K K.trocavel.cmol. X..K.trocávelCTCpH7 Olerícolas
## 1 Muito baixo 0.06 0.5 0.15
## 2 Baixo 0.12 1.0 0.30
## 3 Médio 0.21 2.0 0.45
## 4 Alto 0.45 3.0 1.20
## 5 Muito alto 0.45 10.0 1.20
## 6 condição a evitar 0.00 10.0 0.00
Recomendação para pré Plantio
Calcário
Pela Saturação (manual do paraná)
AmostraDefinida<-AmostraDefinida%>%
mutate(Calcario_PR=((.70-V)*CTC.pH7))
#View(AmostraDefinida)
#head(AmostraDefinida)
A quantidade de calcário a ser aplicado, se for PRNT 100%, é de 13.0622323
A quantidade de calcário a ser aplicado, se for PRNT 75%, é de 17.4163097
Pelo SMP (Manual de SC e RS)
Esta análise não contém o indice SMP.
Fósforo e Potássio
Tabela de recomendação Paraná
Classes.fert <- data.frame(
Classe = c("Muito baixo",
"Baixo",
"Médio",
"Alto",
"Muito alto") ,
"Fósforo.kg.P2O5.ha" = c(130,100,100,75,70),
"Potássio.kg.K2O.ha" = c(50,40,25,0,0),
"Borax.kg.ha" = c(030,30,30,30,30))
# Classes.fert
FaixaArgila<-matrix (c("<21", 4,"21 a 39,99",3, "41 a 60",2, "< 60",1), ncol=2, byrow=TRUE)
rownames(FaixaArgila)<-c("a", "b", "c", "d")
colnames(FaixaArgila)<- c("Argila % no solo" , "Classe Argila")
FaixaArgila<-as.table(FaixaArgila)
FaixaArgila
## Argila % no solo Classe Argila
## a <21 4
## b 21 a 39,99 3
## c 41 a 60 2
## d < 60 1
FaixaMO<-matrix (c("<2,5", "Baixo","2,6 a 5,0","Médio", "> 5", "Alto"), ncol=2, byrow=TRUE)
rownames(FaixaMO)<-c("a", "b", "c")
colnames(FaixaMO)<- c("%MO.solo" , "Classe.MO")
FaixaMO<-as.table(FaixaMO)
FaixaMO
## %MO.solo Classe.MO
## a <2,5 Baixo
## b 2,6 a 5,0 Médio
## c > 5 Alto
FaixaCTC7<-matrix (c("<5", "Baixo","5 a 15,0","Médio", "> 15", "Alto"), ncol=2, byrow=TRUE)
rownames(FaixaCTC7)<-c("a", "b", "c")
colnames(FaixaCTC7)<- c("CTC.cmolc/dm3.solo" , "Classe.CTCpH7")
FaixaMO<-as.table(FaixaCTC7)
FaixaCTC7
## CTC.cmolc/dm3.solo Classe.CTCpH7
## a "<5" "Baixo"
## b "5 a 15,0" "Médio"
## c "> 15" "Alto"
Recomendação
Recomendação para adubação de crescimento
Na adubação de crescimento, (até o terceiro ano, inclusive) a recomendação é a aplicação de N apenas. No primeiro ano, recomenda-se a8 kg de N, aplicados em três parcelas, sendo a primeira logo apos a brotação, a segunda 45 dias após a primeira, e a terceira 45 dias após a segunda. No segundo ano altera-se a dosagem para 27 kg de N, e a primeira aplicação deve ser no inchamento das gemas, e as outras duas com intervalo de 45 dias. No terceiro ano, muda-se a dose para 36 kg, com a seguência igual ao segundo ano.
Adubação de Manutenção
Os nutrientes e as quantidades a serem aplicadas devem ser estabelecidos pela análise conjunta dos seguintes parâmetros: análise de folhas e de frutos, análise periódica de solo, idade das plantas, crescimento vegetativo, sistema de plantio e de condução, adubações anteriores, produção, exportação de nutrientes pela produção, tratos culturais, distúrbios nutricionais e presença de sintomas de deficiência ou de toxidez.
Caso seja utilizado adubo orgânico, deve-se considerar que quantidades excessivas de N e de K prejudicam a qualidade das maçãs, predispondo-as a distúrbios fisiológicos e diminuindo sua conservabilidade, além de deixar as plantas mais suscetíveis ao ataque de doenças e de pragas.
O adubo orgânico deve ser aplicado aproximadamente 30 dias antes do início da brotação.
Uso de gesso para adicionar Calcio
“A aplicação de 1t/ha de gesso com 15% de umidade adicionaaproximadamente 200kg de cálcio, 160kg de enxofre e 8kg de fósforo naforma de P2O5. A quantidade de cálcio adicionada, neste caso, eleva o seuteor na camada de solo entre zero e 20cm em cerca de 0,5meq/100g desolo (0,5cmolc/kg). Esta informação é básica para se estimar a quantidadede gesso necessária para melhorar a relação cálcio:magnésio em soloscujo pH já foi anteriormente elevado pela calagem.”(NUERNBERG; DRESCH-RECH; BASSO, 2005). Segundo apresentado no mesmo documento, o uso de 25%a 30% da dosagem de calcário, para melhorar a relação cálcio:magnésio sem elevar o pH e parasolos cujas camadas inferiores apresentam teores baixos de cálcio eelevados de Al.
Já no manual de SC (???) indica que são necessários aplicar 3 t de gesso para elevar 1 cmolc dm-³ de 0 a 20 cm de solo, por ha.
No estudo realizado em Pato branco, por (DANNER et al., 2009) foram utilizados 80 kg de Ca+ aplicados através de diferentes fontes: cloreto de cálcio; gesso agrícola; nitrabor®; cal hidratada e borra de celulose. Os resultados foram idênticos para todos os fertilizantes, tendo o gesso apresentado a vantagem de aumentar o teor de Ca tamém na profundidade de 15 a 30 cm. Nos resultados é relatado o aumento de aproximadamente 1 cmolc dm-³ para os 80 kg aplicados ( de 6.5 para 7,69 cmolc dm-³).
No caso da nossa análise, temos uma concentração de Ca de 3.88 cmolc dm-³. Para elevar esta concentração para 7 (teremos uma relação de 2:1, sendo que o ideal é que seja 3:1), pecisamos 3x a dose do estudo relatado acima.
Assim, temos necessidade de aplicar 240 kg de Ca+ através de fertilizantes com este mineral. Utilizando-se o Gesso, que possui de 16 a 20% de Ca, vavos precisar de 1.5 t de gesso agrícola.
Referências
CQFS-PR. Manual de adubação e calagem para o estado do Paraná. [s.l: s.n.]. p. 482
DANNER, M. A. et al. Fontes de cálcio aplicadas no solo e sua relação com a qualidade da uva ’Vênus’. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 31, n. 3, p. 881–889, 2009.
MIELE, A.; RIZZON, L. A. Interação entre copa e porta-enxerto: 1. efeito nos componentes de produção da videira Cabernet Sauvignon. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 39, n. 1, 2017.
NUERNBERG, N. J.; DRESCH-RECH, T.; BASSO, C. Usos do gesso agrícola. p. 36, 2005.
SOUZA, F. DE et al. Quality of ’Fuji’ apples affected by nitrogen and potassium fertilization in two soil types. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 35, n. 1, p. 305–315, 2013.